"China, a nova revolução"
29 de Novembro 2008 a 8 de Março 2009
em complemento à grande exposição de Li Zhensheng
As imagens mais fortes que nos ocorrem quando se trata da China são de dois tipos: o exotismo da cultura milenar e os “excessos” da Revolução Cultural dos anos 60 do século XX. A exposição agora proposta procura mostrar uma China actual (2006) cuja apreensão se julga estar bastante atrasada no nosso país e, em geral, no Ocidente.
Para isso há evidentemente que mostrar o
desenvolvimento da arquitectura das cidades mas também aspectos banais do
quotidiano quantas vezes mais reveladores do que as grandes realizações. Novas
realidades como o “empreendedorismo” de rua e os seus falhados, o acesso ao
lazer, a preocupação com o vestuário e em geral as atitudes de novo tipo que a
abertura do enorme país ao exterior vêm possibilitando e incentivando.
As bicicletas são, aos milhões, símbolo da vida
frugal e laboriosa dos chineses. Em contrapartida também já se vêm muitos chineses
de máquina fotográfica em punho num sinal claro de que começam a poder
disfrutar, e registar, momentos de lazer. Bicicletas e câmaras fotográficas são
sinais da coexistência das tradições e das transformações ao nível das vidas
comuns.
A realidade física da China ultrapassa as
expectativas e mesmo quando se parte com alguma bagagem de leituras sobre o
país, a magnitude das transformações em curso sente-se "na
pele".
Alguém disse que os 1.300 milhões de chineses são,
neste momento, o mais importante recurso natural do planeta e que o século XXI
será, em grande medida, o resultado da forma como se proceder à utilização de
tal recurso.
Eu prefiro dizer que o futuro da sociedade humana
será decisivamente influenciado por aquilo em que se tornarem os incontáveis
chineses e pelo caminho que tomar a imensa China.
Depois de ver a China é impossível voltar a ver a
Europa como os mesmos olhos.
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